Pesquisa

Recrutamento de voluntários para vacina da dengue chega ao fim

Nos primeiros dias de 2023, Pelotas já tem três focos do mosquito Aedes aegypti e dois casos suspeitos da doença

Foto: Carlos Queiroz - DP - Resultados preliminares apontam eficácia de quase 80%

Por Lucas Kurz
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A etapa de recrutamento para a vacina experimental contra a dengue na região chegou ao fim com 701 voluntários de Pelotas e Porto Alegre. Agora, estas pessoas passarão por acompanhamento de um ano junto ao Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel). A produção do imunizante é liderada pelo instituto Butantan, com o objetivo de colocá-la no calendário vacinal do País em 2024. Os resultados preliminares são animadores, com eficácia de 79,6% na etapa 3 do estudo nacional.

Segundo a coordenadora do estudo no HE, a infectologista Danise Sena, o acompanhamento não pode determinar quantos deles receberam o placebo, por exemplo, já que o estudo é cego e regido por contrato de confidencialidade. Os dados e a próxima etapa, por exemplo, ficam todos a cargo do Butantan.

Os resultados parciais divulgados pelo instituto, com estudo clínico em fase 3, apontam eficácia de 79,6% para evitar a doença, sem nenhum caso grave. Em andamento desde 2016, a fase 3 envolve 16.235 voluntários de 2 a 59 anos, avaliados por 16 centros de pesquisa de diferentes regiões, segundo informou o Butantan por meio de nota publicada. Dos mais de dez mil voluntários da etapa, apenas três tiveram reações adversas graves, tendo todos se recuperado totalmente após elas. Caso aprovado pela Anvisa para ser incluído no calendário nacional, o imunizante será produzido em grande escala pelo instituto, que também está realizando um estudo, em fase final, de imunizante contra a Chikungunya, também transmitida pelo Aedes aegypti.

O cenário na cidade
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, Pelotas ainda não registrou casos de dengue em 2023, mas possui dois suspeitos, ambos em investigação e aguardando resultado de exames feitos pelo Lacen. Nos primeiros dias de 2023, três focos foram encontrados, todos no bairro Simões Lopes. Em 2022, foram 14 casos positivos, com 92 suspeitas. Em 2021, quatro confirmados dentre 13 suspeitos e em 2020 nenhum registro, dentre seis suspeitas.

RS lança campanha de conscientização
Após 66.779 casos em 2019, com 66 óbitos, o governo do Rio Grande do Sul lança nesta quarta (18) uma campanha para combater a proliferação do Aedes aegypti, buscando sensibilizar e mobilizar gestores, profissionais de saúde e a população. O evento "Estratégias de Enfrentamento ao Aedes e às Doenças por Ele Provocadas 2023" ocorre de maneira presencial em Porto Alegre, a partir das 14h, no auditório da Famurs (rua Marcílio Dias, 574). Ele também pode ser acompanhado ao vivo pelo link bit.ly/evento-aedes.

Até esta terça (17), o Rio Grande do Sul já tinha sete casos positivos para dengue no ano, com outros 176 em investigação. Em 2023, 61 suspeitas foram descartadas. No total, dez gaúchos estão internados pela doença, sendo quatro em UTI, dois deles crianças. Nos seis leitos clínicos também estão dois pacientes pediátricos. Ao longo do ano passado, o Estado teve 66.816 casos positivos, 2.081 inconclusivos e 66 óbitos por dengue.


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